LA Clinicas Integradas - TAG - Parte 02

TAG/Parte 02 – Dor, essencial no processo de reconstrução

O primeiro sintoma por mim percebido foi o pensamento acelerado, sentido diariamente e incorporado a minha rotina. Mundo corporativo, potencializado por essa velocidade frenética que vivemos, com redes sociais, internet, “Kilobytes, Gigabytes”, quando paramos pra pensar, já foi. A dura verdade é que “não paramos pra pensar”. E não se engane: pensamento acelerado nunca vem sozinho, traz consigo uma consequência sentida mais adiante: a dor do arrependimento. Dor de ter exagerado na dose e acelerado demais, passando por cima de momentos importantes e vivendo sempre no futuro.

Quando se entra a fundo na teoria deste transtorno fica difícil assimilá-la com a vivência. Leva tempo e exige paciência para assimilar tudo. Um dos sintomas mais perceptíveis foi esta ansiedade pelo final de semana. Percebi que meu desempenho no trabalho vinha degradando ao passar dos dias, a ponto de sexta-feira a tarde não querer mais saber de nada, sem justificativas relevantes. Como uma bateria de celular no fim, minha mente morria. Era um processo exaustivo de esgotamento.
Para comparar com o digamos, “normal”, acho que esta analogia é bem legal: imagine que tenha um show da sua banda favorita, e é a sua única oportunidade de vê-la. Você comprou o ingresso e o show será no sábado. Com certeza o nível de ansiedade aumentará na semana que o antecede, aguardando a tão esperada data. Agora transporte tudo isso para todas as semanas de sua vida, mas com o detalhe de não haver evento algum. É como se existisse um horizonte finito, onde sábado e domingo são o fim da linha e nada mais acontecerá depois disso. Mas aí vem a realidade que este ciclo é infinito e toda a expectativa criada era impossível de se concretizar. Resultado: frustração. Mas o que eu esperava mesmo de um fim de semana?

Na verdade percebi que as sensações boas de plenitude, conforto, paz estavam sempre um passo a frente, em tudo na minha vida, não só no desempenho profissional ao longo da semana. Essa parte citada no inicio foi a pontinha do Iceberg. O dia a dia como um todo se resumia a: acordar já pensando em chegar logo ao trabalho; chegar ao trabalho pensando no horário do almoço; almoçar pensando no que tem que fazer à tarde; fazer as obrigações vespertinas esperando a hora de ir pra casa; chegar em casa já pensando em tomar aquele banho mais tarde; tomar banho pensando em dormir. E assim o dia passou, sem querer. Quando percebia, já foi. Muitas vezes nem percebia… Passei boa parte da minha vida à deriva nos meus pensamentos, a mercê do acaso, sempre imaginando a felicidade lá na frente. O amanhã nunca chega, é ilusão, porque quando estamos nos aproximando dele, vira hoje. É muito triste viver assim, onde tudo se torna em vão, pelo fato tolo de tentar alcançar o inalcançável.

E dói, dói muito quando a ficha disso tudo cai e você leva para o ambiente familiar. Percebe o quanto você perdeu da sua vida. É como olhar para meu filho e perceber como aquele bebê virou um rapaz, pois as fases passaram muitas vezes despercebidas. Ver minha esposa ali, tão sobrecarregada e você imagina tudo o que ela havia passado sozinha, tendo só minha presença física ao lado, como se eu fosse uma decoração dentro de casa. Apesar de ser uma das minhas primeiras percepções, ainda dói escrever sobre isso, mesmo depois de mais de dois anos. Agradeço a Deus por não ter sido tarde demais para que as feridas não cicatrizassem.

Foi uma experiência reveladora e dolorosa, com momentos bem difíceis de aceitação, mas essencial para o processo de reconstrução. O exercício de parar e pensar, se situar sempre, tentar policiar sua mente é essencial no processo evolutivo do tratamento. Além da terapia, para esta situação específica recomendo o livro “Ansiedade” de Augusto Cury. Ajuda muito a entender o mecanismo de funcionamento do pensamento.

Até a próxima…

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